Não se pode evitar que o tema aborto entre para o debate político, em face das circunstâncias e da provocação do discurso político. Primeiro porque do ponto de vista jurídico, o aborto é crime e também é contrário à Lei Divina, que traz no 5º mandamento: “Não matarás”. Trata-se, portanto, tanto do ponto de vista humano como do divino, de um tema que diz respeito ao maior de todos os direitos humanos: o direito à vida. Logo, não pode ser um assunto que se ignore ou que seja retirado da pauta do debate público, apenas por ameaçar interesses casuístas e circunstanciiais desse ou daquele grupo social.
Não é um tema de domínio exclusivo da religião. É um assunto que mexe com todos independentemente de crença, raça, classe social, porque afeta a pessoa, a família, a segurança, a saúde, o trabalho, a sociedade como um todo nas suas relações naturais. Se há hipócritas ou não que o pregam e o defendem, mas não o praticam, é problema da consciência de cada um. O próprio Jesus Cristo disse que não se preocupava com o que pensavam os homens a seu respeito, mas com o que pensava Deus.
A lei divina não se altera por causa dos conceitos, divergências ou preferências humanas. Ela não se adapta a conceitos decorrentes de ideologias políticas, do orgulho, nem das vaidades transitórias, porque ela é imutável e eterna. Se fosse mutável não seria uma lei divina. As leis dos homens é que devem se amoldar a ela, conforme as circunstâncias e os progressos das civilizações.
Temos visto defensores do aborto sugerindo-o como a grande saída no controle da concepção, como se a família fosse a grande responsável pela miséria. E pior ainda: que o aborto seria a solução para evitar essa tragédia sobretudo nas grandes famílias pobres. Ora, o planejamento da concepção deve atender aos princípios éticos e não pode minimizar a inteligência científica na conquista de recursos eficazes, mas que respeitem a vida.
A hipocrisia, nesse caso, está com os governos, com as autoridades quando afirmam que o aborto é um problema de saúde pública, quando é o contrário: o abortamento voluntário é fruto da falência do sistema de saúde pública, da educação, da cultura, da segurança, das leis e da política transformada em instrumento de mentira e corrupção. Não é justo negar a importância de um assunto tão sério e tão grave, que diz respeito à vida e as relações do homem com a criação e o Criador.
Wanderley Pereira,
Jornalista
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